Será Que Você é Burro Que Se Acha Inteligente? O Efeito Dunning-Kruger

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Em 1995 um homem roubou um banco em plena luz do dia. Ele não estava usando máscara, e nem nada que escondesse o seu rosto. Ao sair do banco de uma forma muito confiante, ele sorriu para câmera.

No final daquele mesmo dia, a polícia encontrou o ladrão e prendeu ele. O ladrão não conseguia acreditar como a polícia o tinha encontrado. E a polícia muita confusa perguntou porque ele achava isso. Então ele respondeu: “Porque eu passei limão no meu rosto.”

Do mesmo jeito que o limão pode ser usado para criar tinta invisível, o ladrão pensou que ao passar limão no rosto, ele seria invisível para as câmeras do banco.

Mesmo depois que a polícia mostrou o vídeo do roubo, o ladrão não acreditou, e ainda disse que a filmagem era falsa.

Esse roubo chamou a atenção de 2 psicólogos, Dunning e Kruger, que decidiram estudar melhor esse fenômeno. Eles queriam descobrir porque algumas pessoas com pouco ou nenhum conhecimento num determinado assunto, se consideram inteligentes nele.

Então eles criaram um teste onde diversos estudantes responderam questões abordando vários assuntos diferentes. Depois que cada estudante recebeu sua própria nota, ele também teve que adivinhar o quão bem ele tinha ido em relação aos outros.

O resultado foi surpreendente. Os estudantes com as notas mais baixas, acharam que estavam na média se comparado aos outros. Mas na verdade, considerando suas notas e a nota média de todos, esses estudantes se achavam muito mais inteligentes do que realmente eram.

Efeito Dunning-Kruger

Esse fenômeno é conhecido como efeito Dunning-Kruger. As pessoas incompetentes num assunto não tem conhecimento suficiente para perceberem a própria incompetência. Elas não coseguem se autoavaliar de uma forma realística. E junto com uma certa dose de confiança, acabando sofrendo de uma ilusão de superioridade.

Nesses casos, ser ignorante acaba gerando uma grande confiança. Porém, quanto mais essa pessoa estudar o assunto, mais ela percebe que não sabe, e a confiança diminui. Em um certo ponto, quando a pessoa já estudou muito mais o assunto, a confiança volta a aumentar, porque a pessoa se torna um expert no assunto.

Mas para piorar a situação, a maioria das pessoas acreditam que na maioria das tarefas, elas são melhores do que a média. Mas isso é matematicamente impossível. Por exemplo: Como é possível que 80% dos motoristas sejam melhores que a média? Não é possível, mas mesmo assim 80% dos motoristas acham que dirigem melhor que a média.

Isso acontece porque as pessoas que estão num nível iniciante do assunto. Elas não tem ideia do quanto elas sabem em relação ao total do quanto elas poderiam saber daquele assunto.

Um jogador de futebol amador pode ser considerado o melhor jogador do bairro, achando que joga muito bem e que já sabe quase tudo que tem para saber sobre futebol. Se ele fosse se auto avaliar, ele si daria uma nota 8.

Mas, se ele competisse contra um dos melhores jogadores do mundo, alguém que realmente tem uma nota 10 no futebol, então ele vai perceber que ele não capacidade e nem ideia de como jogar nesse nível. Assim, o jogador amador iria ver que ainda tem muito que aprender, e que no final das contas está mais para nota 6, do que nota 8.

Por ainda nunca ter jogado com alguém muito superior ao seu nível, o jogador amador continua superestimando suas habilidades, achando que está bem acima da média. É por isso que o efeito Dunning-Kruger acontece.

Você não consegue saber de verdade o quão bom num assunto você realmente é, até ter conhecimento do que os melhores do mundo conseguem fazer. Porque os melhores do mundo são os que exploraram os limites daquele assunto. E sabendo desses limites, você vai perceber o quanto você não sabe, e conseguirá ser mais realista ao avaliar suas próprias habilidades.

Então para evitar o efeito Dunning-Kruger, e não ser visto como “o burro que se acha inteligente”, basta estudar mais sobre o assunto.

E se você pensar que já é um expert, compare o que você sabe ou consegue fazer, com os melhores do mundo.

Como disse Sócrates: “Só sei que nada sei.”

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