Em 1972 o israelense especialista em biomecânica Gideon Ariel conduziu um experimento junto com seu parceiro de pesquisa William Saville.
O estudo consistia em analisar atletas que já treinavam com pesos durante 11 semanas.
Ariel e Saville disseram aos atletas para fazerem seus treinos com pesos nas primeiras 7 semanas e aqueles que tivessem evoluído mais no período receberiam uma substância para aumento de performance nas 4 semanas finais.
Mas o que os atletas não sabiam era que os pesquisadores estavam mentindo.
Depois do período inicial de sete semanas de treinos, Ariel e Saville selecionaram de forma aleatória seis atletas como vencedores.
Porém, apesar de terem informado aos atletas que eles receberiam uma substância para aumento de performance, na realidade o que os 6 atletas escolhidos receberam foi apenas placebo.
Aqui é o André do Você Top e nesse vídeo você aprenderá mais sobre o efeito placebo.
Passadas as 4 semanas finais, foram feitos testes para avaliar os resultados em diversos exercícios, e os resultados foram surpreendentes.
Nas primeiras 7 semanas, apenas com treinos e sem administração do placebo, os atletas adicionaram, em média, cerca de 2,6 quilos à carga máxima em seu agachamento.
Mas depois das 4 semanas tomando placebo, eles adicionaram uma incrível média de 18,9 quilos a mais que antes de começarem a tomá-lo.
O mesmo cenário se repetiu em outros exercícios.
No supino, nas 7 primeiras semanas eles aumentaram a carga máxima em 4,5 quilos em média.
E depois das 4 semanas com placebo, o incremento de peso médio foi de 13,3 quilos.
No desenvolvimento militar, no primeiro período o peso médio foi aumentando em 700 gramas.
Mas após as 4 semanas finais com o que os atletas acreditavam ser uma substância para ganho de performance, houve uma elevação média de 7,6 quilos.
É importante destacar que esse estudo foi feito com atletas que já treinavam há alguns anos, e podiam agachar e fazer supino com pelo menos 130 quilos em cada um dos exercícios, e 88 quilos no desenvolvimento militar, ou seja, eles definitivamente não eram iniciantes.
O resultado do estudo de Ariel e Saville era bem claro, os atletas acreditavam que estavam tomando uma substância para melhorarem sua performance, e essa evolução realmente ocorreu, mesmo que na realidade eles estavam tomando somente placebo.
Esse fenômeno é conhecido como efeito placebo, e ocorre quando um tratamento falso melhora a condição de alguém pelo simples fato de que essa pessoa tem a expectativa de que o tratamento irá ajudar.
Um estudo mais recente, feito em 2010 por Ted Kaptchuk, professor de medicina de Harvard, mostrou que pode nem ser necessário “enganar” o paciente dizendo que o que ele está tomando é algo que irá ajudar.
Nesse estudo, Kaptchuk comparou dois grupos de pacientes que sofrem da síndrome do intestino irritável.
Enquanto um grupo não recebeu nenhum tratamento, o outro tomou placebos.
Porém, de forma diferente da maioria dos estudos, os membros do grupo que recebeu placebo foi informado disso.
E para reforçar ainda mais esse ponto, nos rótulos dos frascos de comprimidos que eles tomavam estava escrito “comprimidos de placebo”.
O professor de Harvard ficou surpreso em saber que, mesmo tendo ciência de que estavam tomando placebo, os membros do segundo grupo relataram alívio significativo dos sintomas.
Um ponto que é fundamental destacar é que, independente do membro do estudo saber ou não que o que está tomando é placebo, as melhorias são de fato reais.
Os atletas do primeiro estudo, que acreditavam estar tomando substância para aumento de performance, realmente levantaram mais peso.
E os pacientes do segundo estudo, mesmo sabendo que tomavam placebo, sentiram melhora na sua condição.
Esses resultados nos mostram o poder do nosso subconsciente.
Não importava se os pacientes sabiam com a mente consciente que receberam um placebo.
Eles se sentiram melhores mesmo assim, porque suas mentes subconscientes estavam condicionadas a acreditar em alguma “coisa” externa a eles, como uma pílula.
Então se você realmente acredita que algo funciona, é bem provável que funcionará de verdade.
Porém, a razão do porque isso funciona nem sempre será pelos motivos que você pensa.
O poder do efeito placebo é que ele influencia sua mente, a levando para um estado em que você procura de forma ativa pelas razões pelas quais terá sucesso.
De um certo modo, nós nos acostumamos ao nosso padrão de desempenho em diferentes áreas da vida.
Mas há muito mais dentro de nós.
Você precisa destravar esse potencial que há em você.
David Goggins, o ex-Navy Seal considerado por muitos como o homem mais casca grossa do mundo, sempre fala sobre a regra dos 40%, que é algo simples de entender.
Quando sua mente lhe diz que já chega, que você está exausto, que não pode ir mais longe, você atingiu 40% do seu potencial.
Nesse momento, é hora de ir além e usar seus recursos ainda inexplorados para seguir em frente.
Se quiser saber mais sobre David Goggins, há 2 séries aqui no canal que exploram de forma detalhada sua mentalidade.
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Um abraço e até o próximo vídeo.