História de Flávio Augusto | Episódio 3 | Faça o Que Tem Que Fazer

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“Ter a disposição de se pagar o preço é fundamental para se entrar em um projeto, do contrário, é melhor nem começá-lo.”

Essa é uma frase de Flávio Augusto, que realmente pagou o preço para construir seu sucesso.

Aqui é o André do Você Top e esse é o terceiro episódio da série Flávio Augusto, baseado no livro Ponto de Inflexão.

Se você não assistiu os episódios anteriores, vá para a playlist Flávio Augusto aqui do canal.

No fim do episódio 2 da série, Flávio Augusto tinha acabado de pegar 20 mil reais no cheque especial para iniciar sua empresa, a uma taxa de juros de 12% ao mês.

Ele alugou uma sala de mais de 400 metros quadrados no centro do Rio de Janeiro, e também alugou aparelhos de ar condicionado e linhas telefônicas.

Além disso, também contratou cerca de 20 funcionários.

O primeiro dia de trabalho na escola de inglês deles foi em março de 1995.

Durante todo esse mês, Flávio reunia a equipe de vendas que havia montado.

Depois, todos saiam para conseguir as primeiras matrículas da escola.

Após a inauguração, no dia 3 de abril de 1995 já haviam sido feitas 70 matrículas.

O dinheiro das matrículas seria destinado aos altos custos da escola recém aberta, como aluguel e pagamento dos funcionários.

Com a forte ética de trabalho de Flávio e sua capacidade de liderança, o primeiro ano foi um grande sucesso, com mais de mil matrículas e alunos satisfeitos.

A dívida do cheque especial tinha sido quitada e a escola já gerava um bom lucro.

E ele decidiu que abriria uma segunda unidade em São Paulo, na Avenida Paulista.

Essa segunda escola foi um sucesso ainda maior, com mais de mil e quinhentas matrículas apenas no primeiro ano.

Com o sucesso, Flávio Augusto decidiu expandir o negócio rapidamente.

Nos 3 primeiros anos, a Wise Up já contava com 24 escolas e, aos 26 anos, Flávio Augusto já tinha mais de mil funcionários e faturava dezenas de milhões por ano.

Tudo parecia perfeito, até que em 1999 ele decidiu alterar algumas coisas na estrutura da empresa.

Em 1999 a Wise Up não inaugurou nenhuma nova escola.

Os custos da empresa começaram a subir rapidamente, e a nova estratégia comercial foi um fracasso, reduzindo a receita em 30%.

Em poucos meses, o rombo na empresa já somava 2,5 milhões de reais.

Se isso continuasse, o futuro da empresa seria sombrio.

Então numa noite, Luciana, esposa de Flávio, que estava grávida do primeiro filho do casal, disse a ele:

“Temos que pagar a folha amanhã, estamos com todas as contas estouradas e sem caixa.”

Ele percebeu que uma solução séria e rápida teria que ser tomada.

Mais uma vez, Flávio recorreu ao cheque especial, que dessa vez era de suas escolas, e não dele e de sua esposa, para conseguir fazer o que precisava.

Ele pagou os funcionários, não seguiu o plano da consultoria que havia contratado, devolveu um prédio que havia comprado para ser o quartel general da Wise Up, e ainda teve que demitir algumas pessoas da equipe.

Essas demissões ele fez com dor no coração, pois eram de pessoas comprometidas com a empresa e de quem ele realmente gostava.

Pensando em recuar antes de demiti-las, Luciana segurou em seu braço e disse:

“Faça o que tem que fazer.”

O papel de Luciana na vida de Flávio Augusto, incluindo nos negócios, foram fundamentais para ele chegar onde ele está hoje.

Além de uma relação de amor, há uma grande cumplicidade entre os dois.

Desse novo ponto de inflexão na vida de Flávio Augusto, que desde o surgimento da Wise Up vinha acumulando sucessos, até esse momento de quase quebra da empresa, ele aprendeu que, além de tomar medidas duras difíceis, ele precisou assumir seus erros para sua equipe, se desapegar de bens e status, e até mesmo recuar de certas decisões.

Mas ele fez isso consciente de que era necessário dar retroceder alguns passos, para depois avançar muito mais.

Em 2005 a Wise Up, com 10 anos de existência, já tinha mais de 100 escolas, e Flávio queria mais.

Ele passou a estudar mais sobre mercado financeiro e como funcionava a geração de valor das empresas listadas na bolsa de valores, pois ele sabia que tinha algo grande e com potencial de crescimento ainda maior em suas mãos.

Nesse ano ele passou a pensar cada vez mais no conceito de equity, que representa basicamente o valor de mercado da empresa, e não apenas na distribuição de dividendos.

E para maximizar o valor de sua empresa, além de claro vender mais e aumentar a margem de lucro, ele percebeu que teria que provar ao mercado que a Wise Up não era dependente de sua atuação direta.

Dessa forma, ele e sua família decidiram que se mudariam para Sydney, na Austrália.

Nessa época, ele e Luciana já tinham 2 filhos.

Os objetivos de Flávio com a mudança eram:

1 – Implementar uma gestão à distância na Wise Up.

2 – Aprender inglês. Sim, por incrível que pareça, Flávio Augusto, com 33 anos e tendo trabalhado nesse mercado há tanto tempo, ainda não falava inglês.

3 – Se aproximar mais de sua família.

Com a diferença de fuso para a Austrália, a parte da tarde lá era madrugada no Brasil.

Isso significava que ele teria a tarde relativamente livre, em que pode desfrutar de bastante tempo de qualidade com sua esposa e seus filhos.

Ele também passou a trabalhar em casa, algo que faz até hoje.

Ele passou a fazer suas reuniões por videoconferência e voltava ao Brasil a cada 2 meses.

No início, os resultados foram bons, mas com o tempo, a performance da Wise Up caiu e, no oitavo mês na Austrália Flávio Augusto decidiu que era hora de voltar ao Brasil.

Com ele de volta, os negócios voltaram nos trilhos novamente.

Até 2009, a Wise Up continuou crescendo num ritmo incrível, e já contava com mais de 200 escolas.

Mesmo estando no Brasil, Flávio buscou se manter de fora da operação, com uma visão mais estratégica.

E em 2009, decidiu que era hora de sair do Brasil novamente.

Ele percebeu que sua equipe estava madura o suficiente para isso e que os processos na empresa estavam bem organizados.

O local escolhido foi Orlando, nos Estados Unidos.

Nessa época, o Brasil era uma promessa mundial e o dólar estava abaixo de 2 reais.

Mas naquele momento, a mudança de Flávio Augusto e sua família não seria para abrir negócios nos Estados Unidos, e sim para retomar o projeto de gestão à distância da Wise Up e para a segurança de sua família.

Dessa vez, o resultado da gestão à distância foi um sucesso, e a Wise Up quase dobrou de tamanho novamente nos 3 anos seguintes, chegando próximo da marca de 400 escolas.

Além disso, ele conseguiu despersonalizar a empresa, tirando a dependência dele mesmo, e gerando valor, o famoso equity que ele tanto gosta.

De acordo com o próprio Flávio Augusto:

“Não valemos pelo conhecimento que temos, mas sim pelo que somos capazes de produzir com o conhecimento que temos.

Além disso, a cada aprendizado, podemos evoluir e produzir mais em menos tempo.

Ou seja, se em 1995, as vinte e quatro horas de meu dia eram destinadas a cuidar de apenas uma escola, em 2013, quando vendi a empresa, nas mesmas 24 horas eu já cuidava de quase 400 escolas.

O que mudou?

Eu mudei, evoluí minha capacidade de liderança, e gerir à distância fez parte desse conjunto de novas habilidades que fizeram com que eu produzisse mais nas mesmas vinte e quatro horas.”

“Uma dica: não use a justificativa da falta de tempo.

Assuma que você não priorizou ou que não está a fim de fazer.

Afinal, se falta de tempo fosse uma justificativa para você não tirar os seus projetos do papel, somente os desocupados teriam sucesso.”

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Um abraço e até o próximo episódio.

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