Ponto de Inflexão | Resumo Completo do Livro de Flávio Augusto da Silva

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“Tomamos milhares de decisões diariamente.

Porém, algumas delas não são decisões corriqueiras.

São decisões especiais.

Decisões que têm o poder de mudar o rumo do roteiro de nossa vida.

A elas eu dou o nome de Ponto de Inflexão.”

Essa é uma frase do livro Ponto de Inflexão, de Flávio Augusto da Silva, um dos maiores empreendedores do Brasil.

Aqui é o André do Você Top e nesse vídeo você verá o resumo completo do livro Ponto de Inflexão.

Nós, como seres humanos, tomamos decisões a todo momento, desde as mais triviais até aquelas que podem mudar nosso destino.

Logo que acordamos, decidimos se iremos levantar ou ficar um pouco mais na cama, se tomamos café da manhã ou não, e uma série de outras decisões.

Muitas dessas decisões são tomadas de forma automática, sem que pensemos muito nelas.

Mas há alguns momentos em nossas vidas que as decisões a serem tomadas podem mudar o rumo de nossas vidas de forma definitiva.

São decisões que podem te levar muito para cima ou para baixo.

Essas decisões são pontos de inflexão.

E é fundamental que a gente consiga identificar que estamos diante de um ponto de inflexão para que possamos, conscientemente, tomar a melhor decisão possível ao identificar que estamos diante de algo tão importante para nosso futuro.

Se ficarmos no piloto automático em decisões como essa, o que acontece é que simplesmente seremos levados pela multidão, e não teremos assumidos as rédeas de nossas próprias vidas.

Aos 13 anos, Flávio Augusto estudava em escola pública e morava na periferia do Rio de Janeiro e, depois de ouvir alguns amigos conversando sobre a carreira de oficial da Marinha, decidiu que queria seguir a carreira militar, que era estável, segura e com boa remuneração e prestígio.

Mas para isso, ele teria que entrar no Colégio Naval, e o concurso era muito concorrido.

Sua mãe o matriculou num cursinho preparatório para o concurso.

Mas esse cursinho não era nada barato, na realidade, ele representava 100% do salário de um dos empregos de sua mãe, que era professora da rede pública do Rio de Janeiro.

E então Flávio iniciou sua jornada em busca de aprovação no Colégio Naval, e todas as manhãs, pegava um ônibus lotado que vai da zona oeste à zona norte do Rio de Janeiro.

Porém, após o primeiro ano de cursinho, ele não foi aprovado no concurso e quase não passa da oitava série.

Diante disso, ele tinha 2 opções:

1 – Seguir o padrão e ir para o ensino médio.

2 – Fazer o cursinho novamente e tentar passar no concurso no ano seguinte.

Esse é um momento claro da existência de um ponto de inflexão para Flávio.

Se escolhesse qualquer um dos caminhos, seu destino seria diferente.

E ele optou por fazer o cursinho e prestar o concurso novamente.

Ele se dedicou mais dessa vez e também se sentia mais preparado.

Ele até foi bem na prova, mas era um concurso difícil, com uma vaga para cada mil e quinhentos candidatos.

E Flávio novamente não passou.

E agora, ele teria que fazer uma nova escolha, que poderia ser:

1 – Seguir o padrão e ir para o ensino médio.

2 – Fazer o cursinho novamente e tentar passar no concurso no ano seguinte.

3 – Ir para o ensino médio e ao mesmo tempo fazer cursinho.

Flávio Augusto optou novamente por focar totalmente no concurso e fazer apenas o cursinho.

Mas dessa vez, ele finalmente foi aprovado e entrou para o Colégio Naval em 1988.

Ele diz que esse primeiro ponto de inflexão em sua vida foi fundamental para a formação de sua mentalidade.

Porém, logo que começou a cursar o Colégio Militar, Flávio percebeu que não se enquadrava bem no sistema militar.

E novamente, ele viu que teria algumas escolhas pela frente:

1 – Sair do Colégio Naval imediatamente.

2 – Ficar e ir levando.

3 – Tentar mudar o sistema.

Em seu livro, ele diz que escolheu uma mistura da segunda e terceira alternativa, mas que isso acabou custando caro para ele.

Ele acabou sendo expulso do Colégio Naval.

A relação de Flávio com seu pai ficou conturbada durante um tempo, já que seu pai realmente acreditava que a formação militar seria excelente para ele.

Flávio Augusto se dedicou muito durante o ano de 1990, e foi aprovado em todos os vestibulares que prestou, nas melhores universidades do Brasil.

Além do Colégio Naval, a outra forma de ingresso na Escola Naval é por meio de uma prova específica, com poucas vagas.

Como forma de tentar reconquistar o respeito de seu pai após ter sido expulso, Flávio fez a prova da Escola Naval e também foi aprovado.

Ele mostrou o resultado para seu pai e disse para ele que não iria para a Marinha porque ele não queria, e não porque tinha sido expulso.

Desde então ele recuperou o respeito de seu pai.

Toda essa história de altos e baixos na adolescência de Flávio Augusto contribuíram muito para a construção de sua autoconfiança.

Dependendo de como for feita a análise, pode parecer um desastre ser aprovado após 3 anos de estudo num concurso para ser expulso dois anos depois.

Mas ele diz que, a experiência de ter superado as deficiências da escola pública com sua própria dedicação o fez se sentir capaz de realizar qualquer coisa na vida, desde que ele se dedicasse e realmente pagasse o preço para atingir seus objetivos.

Ele ainda destaca o investimento de 100% de um dos salários de sua mãe, o que lhe mostrou que para se ter resultados, é preciso investir.

Essa experiência foi essencial em cada ponto de inflexão que aconteceria em sua vida no futuro.

Até os 18 anos de idade Flávio ainda não pensava em trabalhar para ganhar dinheiro.

Ao contrário do que muitos podem pensar, ele ainda não tinha em mente que queria ser um empresário de sucesso.

Mas tudo mudou quando ele conheceu Luciana, 3 anos mais nova que ele.

Completamente apaixonado, em poucos meses ele já queria se casar com ela.

Mas tinha um detalhe: ele precisava ganhar dinheiro para isso.

Na verdade ele precisava de dinheiro até mesmo para pagar o sorvete e ir ao cinema com sua namorada.

A primeira coisa que iniciou para ganhar dinheiro foi a compra e venda de relógios.

Ele chegou inclusive a ir 2 vezes para o Paraguai para comprar relógios e aumentar suas margens de lucro.

Mas ele sabia que seu futuro não estava nisso.

Então um anúncio na área de empregos de um jornal chamou sua atenção.

Era para uma vaga que não exigia experiência anterior e nem curso superior.

Ainda era o começo do ano e o curso de ciência da computação na Universidade Federal Fluminense, que ele havia escolhido, só começaria em agosto.

Ele foi para a entrevista e acabou sendo selecionado no processo seletivo, e só descobriu depois que a vaga era para vendedor de um curso de inglês.

O porém era que esse emprego não tinha nem mesmo salário fixo.

E para piorar, no início Flávio estava pagando para trabalhar, pois tinha que gastar com a passagem de ônibus, alimentação e as fichas telefônicas para fazer ligações para tentar fechar com novos clientes.

O que a empresa oferecia era um plano de carreiras agressivo de acordo com o cumprimento de metas agressivas que, se fossem cumpridas, os ganhos seriam bem acima da média salarial do mercado.

E ele se ajustou bem a esse modelo.

Ele acabou deixando a faculdade de lado e, em 4 anos, Flávio já ocupava um cargo de diretor e, no último ano na empresa, já acumulava uma média de ganhos mensais de 7 mil dólares, o que era e ainda um ótimo rendimento mensal.

Outro ponto é que, aos 20 anos, ele se casou com Luciana, e se mudaram para a zona oeste do Rio de Janeiro, num local em que era possível ouvir constantes tiroteios.

Mas isso, ele diz que é apenas um detalhe, já que estava com a mulher com quem compartilha toda sua vida até os dias de hoje.

Esse segundo grande ponto de inflexão na vida Flávio Augusto acabaram sendo as decisões relacionadas ao trabalho e a seu casamento com Luciana.

Ao optar por entrar de cabeça na venda de cursos de inglês, ele deixou a faculdade de lado e foi fundo nesse projeto, que permitiu que ele tivesse o dinheiro necessário para se casar com Luciana e também acabou servindo como a alicerce para futuramente se tornar um grande empresário.

Apesar de ter se dado bem na venda dos cursos de inglês, o processo não foi nada fácil para Flávio.

No início, amigos e parentes eram contra a ideia dele ser um vendedor.

Do ponto de vista trabalhista, não havia nenhuma garantia.

Mas ele estava se desenvolvendo e conseguindo bater as metas propostas.

Nos primeiros 6 meses, Flávio foi promovido 3 vezes por seu ótimo desempenho, e já começava a ter um bom rendimento mensal.

Mas no fim de 1991 passou por um período ruim de vendas.

Num desses dias, ele e Luciana estavam indo para um churrasco na casa de um tio dele, e tiveram que atravessar o Rio de Janeiro.

Depois de mais de 3 viagens de ônibus e quatro horas no percurso, eles chegaram no churrasco já quase no fim, e Flávio prometeu a si mesmo que não andaria mais de ônibus novamente.

Como estava num mau momento onde trabalhava, ele ouviu seu tio, que era executivo de uma multinacional, e foi participar do processo seletivo da empresa.

Flávio passou nas provas, no psicotécnico e em 2 entrevistas iniciais e, de acordo com seu tio, gerentes de diferentes áreas queriam contratá-lo.

O caminho dele para ingressar na multinacional estava pavimentado.

Flávio Augusto então procurou seu diretor para informar que estava de saída e que cumpriria seu aviso prévio.

Seu diretor tentou convencê-lo a ficar, chegando inclusive a marcar uma ligação com o então presidente da empresa, Mário Magalhães.

Mas isso também não funcionou.

Flávio estava convicto de sua saída.

Mas antes de ser contratado pela outra empresa, ele foi chamado mais uma vez para passar pela entrevista com o gerente geral da filial do Rio de Janeiro daquela multinacional.

Então ele foi para a reunião com o Senhor Adilson, que a princípio, não mostrou nenhuma simpatia e perguntou a Flávio o porque ele queria trabalhar na empresa.

Flávio, já muito bem treinado e acostumado a lidar com entrevistas e pessoas, usou todo seu repertório para mostrar que tinha disposição para trabalhar, e ambição para crescer na empresa, mesmo que fosse necessário começar de baixo.

Mas o Senhor Adilson disse:

“Você é gerente em sua empresa com apenas 19 anos. Por que quer ser promotor de vendas aqui? Você está regredindo.”

Flávio não recuou:

“Quero trabalhar numa multinacional, quero crescer, quero romper meus limites e, tudo isso, sem me importar com minha condição inicial. Acredito em meu trabalho e sei que vou crescer aqui.”

Porém, numa fala inesperada, o Senhor Adilson foi bem sincero:

“Flávio, se você trabalhar aqui, o máximo que você vai chegar é exatamente nessa sala, em minha posição, daqui a 30 anos.

E isso eu não te recomendo.

Minha sugestão é que você continue em sua empresa, que não conheço, mas onde, pelo seu preparo e brilho no olhar, vejo que está fazendo um bom trabalho.”

Flávio ainda tentou rebater seus argumentos e mostrar que faria o que fosse preciso para entrar e depois crescer dentro da multinacional.

Mas o Senhor Adilson estava decidido a não contratá-lo, e disse:

“Flávio, quanto mais você fala, mais tenho convicção de que isso aqui é muito pequeno para você. Nós não vamos te contratar.”

Então o Senhor Adilson estendeu a mão a ele e se despediu.

Flávio saiu de lá desolado.

Mas ele não imaginava que aquele momento era um ponto de inflexão de grande importância em sua vida.

A atitude do Senhor Adilson de não contratá-lo impediu que Flávio Augusto tivesse uma carteira assinada pela primeira vez e também que ele desviasse do caminho da venda de cursos de inglês.

Isso o levou a quatro anos depois abrir sua primeira escola da Wise Up.

Apesar desse ponto de inflexão não ter sido mérito dele, e sim do Senhor Adilson, a forma como Flávio se manteve em seu trabalho foi bem inteligente.

Ao invés de dizer que o emprego na multinacional não havia dado certo, ele se manteve quieto e focou todas as suas energias em entregar os melhores resultados possíveis na empresa, e assim, receber um novo convite para continuar lá.

E foi exatamente isso que aconteceu.

Quando Mário, o presidente da empresa, soube que Flávio havia escolhido permanecer na empresa, ele o convidou para uma reunião em sua casa, em Porto Alegre.

Flávio então passou a ser acompanhado mais de perto por Mário, que percebeu todo o potencial que o então garoto possuía.

Nessa nova fase, além de vender também aprendeu a recrutar e treinar novos vendedores.

Em 1993 Flávio começou o ano com muita energia e objetivos, disposto a crescer e ganhar mais para se mudar para perto do trabalho e ficar longe dos tiroteios da região em que morava.

Com excelentes resultados, em maio de 1993 ele foi promovido a diretor comercial, com apenas 21 anos, e recebeu uma proposta para abrir uma escola da rede na Venezuela.

É bom lembrar que a Venezuela dessa época era bem diferente da Venezuela dos tempos atuais, já que o país tinha uma economia estável e também uma das maiores rendas per capita da América Latina.

Ele e sua esposa decidiram que era uma boa oportunidade e foram para lá, mesmo sem saber falar espanhol.

Flávio era o encarregado de toda a operação da escola na Venezuela e Luciana, que tinha acabado de fazer 18 anos, era encarregada da parte administrativa e financeira, após 3 meses de treinamento no Brasil.

No começo Flávio usou mímica em muitas ocasiões para tentar explicar as coisas, já que não dominava o espanhol.

No segundo mês, a escola já tinha mais de 120 alunos matriculados e já tinha atingido o ponto de equilíbrio, de modo que não havia necessidade de que o dono da empresa fizesse aportes na operação da escola na Venezuela.

Porém, num fim de semana tanto o carro de Flávio foi roubado, como a escola de inglês também.

E o mais estranho era que nada tinha sido arrombado.

Para ele, era claro que alguma pessoa ou empresa estava incomodada com a presença deles ali.

Apesar da estabilidade econômica que a Venezuela tinha, o país ainda sofria com alto índice de criminalidade, e Flávio e Luciana, que ainda eram bem jovens, se sentiram vulneráveis.

Após sete meses na Venezuela, ele foi requisitado para retornar ao Brasil, para assumir uma direção regional da empresa.

Flávio considera que a experiência na Venezuela foi uma espécie de MBA em empreendedorismo, já que ele tinha iniciado uma empresa do zero, passou pelo ponto de equilíbrio e a tornou lucrativa, participando de todos os departamentos da empresa, e não apenas do comercial como estava acostumado.

Dali em diante, nada mais foi igual.

Em 1994, depois de seu retorno, ele também passou a prestar mais atenção na operação como um todo, e não apenas na área comercial.

E Flávio percebeu que apesar do número de matrículas ser bem alto, a retenção era baixa.

Ao investigar os motivos, percebeu que o produto que a empresa entregava não era bom.

Ao perceber isso, ele se viu em meio a um conflito ético.

Ele conversou com os donos da empresa, que acharam que não havia nada de errado com o produto.

Então Flávio Augusto, em meio ao ano de melhor desempenho em sua carreira, com moral na empresa e ganhando mais de sete mil dólares por mês, decidiu que não iria mais continuar ali.

Ele sabia que estava diante de um ponto de inflexão.

O problema é que ele estava sem dinheiro, pois depois que seu carro foi roubado na Venezuela, ele não recebeu o dinheiro do seguro.

E quando voltou ao Brasil tinha mais despesas com aluguel, prestações de móveis e também de um carro que havia adquirido.

Mesmo assim, ele estava considerando abrir uma empresa própria.

E para isso, ele precisaria desenvolver uma metodologia de ensino, produzir e imprimir livros, contratar uma equipe, alugar um espaço de tamanho razoável num local nobre do Rio de Janeiro, fazer uma eventual reforma e ainda ter capital de giro até que a empresa atingisse o ponto de equilíbrio.

De acordo com Flávio Augusto, em dinheiro de hoje seria necessário cerca de 400 mil reais.

Sem dinheiro mas já com bastante capital intelectual, ele confiou em sua capacidade de vendas para usar o dinheiro da taxa de matrícula dos novos alunos para injetar na operação da empresa.

Mesmo assim ele ainda precisaria de um pouco de capital para começar.

Ele então chamou um amigo para ser sócio de 50% da primeira escola.

Seu amigo teria que vender seu carro para entrar no negócio, mas em cima da hora, ele desistiu.

A essa altura, Flávio já havia conversado com Mário Magalhães a respeito de sua saída da empresa em que trabalhava.

E sem o dinheiro de seu amigo, a alternativa que ele encontrou foi ir até o banco e conversar com sua gerente, com quem tinha uma boa relação.

Ele então usou todo o limite de crédito no cheque especial que tinha e também o de sua esposa para abrir a empresa.

O valor que conseguiram foi de 20 mil reais, a uma enorme taxa de juros de 12% ao mês.

Ele sabia que era uma situação longe da ideal, mas era tudo que eles tinham para começarem a própria escola de inglês do zero, a futura Wise Up.

Ele alugou uma sala de mais de 400 metros quadrados no centro do Rio de Janeiro, e também alugou aparelhos de ar condicionado e linhas telefônicas.

Além disso, também contratou cerca de 20 funcionários.

O primeiro dia de trabalho na escola de inglês deles foi em março de 1995.

Durante todo esse mês, Flávio reunia a equipe de vendas que havia montado.

Depois, todos saiam para conseguir as primeiras matrículas da escola.

Após a inauguração, no dia 3 de abril de 1995 (foram feitas OU já haviam sido feitas) 70 matrículas.

O dinheiro das matrículas seria destinado aos altos custos da escola recém aberta, como aluguel e pagamento dos funcionários.

Com a forte ética de trabalho de Flávio e sua capacidade de liderança, o primeiro ano foi um grande sucesso, com mais de mil matrículas e alunos satisfeitos.

A dívida do cheque especial tinha sido quitada e a escola já gerava um bom lucro.

E ele decidiu que abriria uma segunda unidade em São Paulo, na Avenida Paulista.

Essa segunda escola foi um sucesso ainda maior, com mais de mil e quinhentas matrículas apenas no primeiro ano.

Com o sucesso, Flávio Augusto decidiu expandir o negócio rapidamente.

Nos 3 primeiros anos, a Wise Up já contava com 24 escolas e, aos 26 anos, Flávio Augusto já tinha mais de mil funcionários e faturava dezenas de milhões por ano.

Tudo parecia perfeito, até que em 1999 ele decidiu alterar algumas coisas na estrutura da empresa.

Em 1999 a Wise Up não inaugurou nenhuma nova escola.

Os custos da empresa começaram a subir rapidamente, e a nova estratégia comercial foi um fracasso, reduzindo a receita em 30%.

Em poucos meses, o rombo na empresa já somava 2,5 milhões de reais.

Se isso continuasse, o futuro da empresa seria sombrio.

Então numa noite, Luciana, esposa de Flávio, que estava grávida do primeiro filho do casal, disse a ele:

“Temos que pagar a folha amanhã, estamos com todas as contas estouradas e sem caixa.”

Ele percebeu que uma solução séria e rápida teria que ser tomada.

Mais uma vez, Flávio recorreu ao cheque especial, que dessa vez era de suas escolas, e não dele e de sua esposa, para conseguir fazer o que precisava.

Ele pagou os funcionários, não seguiu o plano da consultoria que havia contratado, devolveu um prédio que havia comprado para ser o quartel general da Wise Up, e ainda teve que demitir algumas pessoas da equipe.

Essas demissões ele fez com dor no coração, pois eram de pessoas comprometidas com a empresa e de quem ele realmente gostava.

Pensando em recuar antes de demiti-las, Luciana segurou em seu braço e disse:

“Faça o que tem que fazer.”

O papel de Luciana na vida de Flávio Augusto, incluindo nos negócios, foram fundamentais para ele chegar onde ele está hoje.

Além de uma relação de amor, há uma grande cumplicidade entre os dois.

Desse novo ponto de inflexão na vida de Flávio Augusto, que desde o surgimento da Wise Up vinha acumulando sucessos, até esse momento de quase quebra da empresa, ele aprendeu que, além de tomar medidas duras difíceis, ele precisou assumir seus erros para sua equipe, se desapegar de bens e status, e até mesmo recuar de certas decisões.

Mas ele fez isso consciente de que era necessário dar retroceder alguns passos, para depois avançar muito mais.

Em 2005 a Wise Up, com 10 anos de existência, já tinha mais de 100 escolas, e Flávio queria mais.

Ele passou a estudar mais sobre mercado financeiro e como funcionava a geração de valor das empresas listadas na bolsa de valores, pois ele sabia que tinha algo grande e com potencial de crescimento ainda maior em suas mãos.

Nesse ano ele passou a pensar cada vez mais no conceito de equity, que representa basicamente o valor de mercado da empresa, e não apenas na distribuição de dividendos.

E para maximizar o valor de sua empresa, além de claro vender mais e aumentar a margem de lucro, ele percebeu que teria que provar ao mercado que a Wise Up não era dependente de sua atuação direta.

Dessa forma, ele e sua família decidiram que se mudariam para Sydney, na Austrália.

Nessa época, ele e Luciana já tinham 2 filhos.

Os objetivos de Flávio com a mudança eram:

1 – Implementar uma gestão à distância na Wise Up.

2 – Aprender inglês. Sim, por incrível que pareça, Flávio Augusto, com 33 anos e tendo trabalhado nesse mercado há tanto tempo, ainda não falava inglês.

3 – Se aproximar mais de sua família.

Com a diferença de fuso para a Austrália, a parte da tarde lá era madrugada no Brasil.

Isso significava que ele teria a tarde relativamente livre, em que pode desfrutar de bastante tempo de qualidade com sua esposa e seus filhos.

Ele também passou a trabalhar em casa, algo que faz até hoje.

Ele passou a fazer suas reuniões por videoconferência e voltava ao Brasil a cada 2 meses.

No início, os resultados foram bons, mas com o tempo, a performance da Wise Up caiu e, no oitavo mês na Austrália Flávio Augusto decidiu que era hora de voltar ao Brasil.

Com ele de volta, os negócios voltaram nos trilhos novamente.

Até 2009, a Wise Up continuou crescendo num ritmo incrível, e já contava com mais de 200 escolas.

Mesmo estando no Brasil, Flávio buscou se manter de fora da operação, com uma visão mais estratégica.

E em 2009, decidiu que era hora de sair do Brasil novamente.

Ele percebeu que sua equipe estava madura o suficiente para isso e que os processos na empresa estavam bem organizados.

O local escolhido foi Orlando, nos Estados Unidos.

Nessa época, o Brasil era uma promessa mundial e o dólar estava abaixo de 2 reais.

Mas naquele momento, a mudança de Flávio Augusto e sua família não seria para abrir negócios nos Estados Unidos, e sim para retomar o projeto de gestão à distância da Wise Up e para a segurança de sua família.

Dessa vez, o resultado da gestão à distância foi um sucesso, e a Wise Up quase dobrou de tamanho novamente nos 3 anos seguintes, chegando próximo da marca de 400 escolas.

Além disso, ele conseguiu despersonalizar a empresa, tirando a dependência dele mesmo, e gerando valor, o famoso equity que ele tanto gosta.

De acordo com o próprio Flávio Augusto:

“Não valemos pelo conhecimento que temos, mas sim pelo que somos capazes de produzir com o conhecimento que temos.

Além disso, a cada aprendizado, podemos evoluir e produzir mais em menos tempo.

Ou seja, se em 1995, as vinte e quatro horas de meu dia eram destinadas a cuidar de apenas uma escola, em 2013, quando vendi a empresa, nas mesmas 24 horas eu já cuidava de quase 400 escolas.

O que mudou?

Eu mudei, evoluí minha capacidade de liderança, e gerir à distância fez parte desse conjunto de novas habilidades que fizeram com que eu produzisse mais nas mesmas vinte e quatro horas.”

“Uma dica: não use a justificativa da falta de tempo.

Assuma que você não priorizou ou que não está a fim de fazer.

Afinal, se falta de tempo fosse uma justificativa para você não tirar os seus projetos do papel, somente os desocupados teriam sucesso.”

Vamos voltar agora ao ano de 2008.

Flávio recebe um ligação de Carlos Wizard, o dono da rede de escolas de inglês Wizard, a maior concorrente da Wise Up.

Eles marcam uma reunião na semana seguinte, na sede da Wise Up em Curitiba.

Depois de breves cordialidades, Carlos Wizard vai direto ao ponto e começa a falar sobre equity, que basicamente representa o valor de mercado da empresa.

O que Carlos Wizard queria era ver se Flávio Augusto estava aberto a ouvir uma proposta a respeito de uma possível venda da Wise Up.

Flávio se mostrou disposto a ouvir, e foi marcada uma reunião entre ele e Charles, filho de Carlos.

Nessa nova reunião, Charles disse a ele que um banco estava fechando uma sociedade com a família Wizard e que eles gostariam de fazer uma oferta para comprar a Wise Up e que, dependendo dos resultados, o valor poderia chegar a 200 milhões de reais.

Flávio foi curto e direto, e disse:

“Charlão, a Wise Up não está à venda.”

Mesmo após a negativa dele, ambos assinaram um contrato de confidencialidade para Charles conhecer os números da Wise Up.

E a proposta de Charles após a análise dos números foi de 200 milhões de reais à vista.

Lembrando que com a taxa básica de juros da época em torno de 12%, isso significava que era possível de conseguir cerca de 24 milhões de reais ao ano, praticamente sem risco.

Durante o período em que refletia até tomar sua decisão final, estourou a crise de 2008 nos Estados Unidos, e bolsas de valores de todo o mundo enfrentaram um período de baixa.

Nessa época, Flávio tinha em recursos líquidos como pessoa física cerca de 15 milhões de reais.

E esse dinheiro estava investido de forma alavancada na bolsa de valores, de modo que se os ativos que tinha subissem, ele ganharia muito, e se os ativos perdessem valor, ele perderia muito.

Como Flávio Augusto gosta de dizer, estabilidade não existe e, com o estouro da crise de 2008, ele acabou perdendo 80% do que tinha.

Ele conversou seriamente com Luciana, sua esposa, para decidirem qual rumo tomar.

Eles estavam num resort em Porto de Galinhas, descansando e debatendo sobre a decisão final.

Ambos decidiram que não era o momento para vender a Wise Up.

Então um mês depois da primeira reunião com Charles, eles se encontraram novamente e Flávio Augusto disse não aos 200 milhões de reais.

Nos anos seguintes, as propostas para compra da Wise Up continuaram, em valores cada vez maiores.

A operação da Wise Up também estava cada vez melhor, e a empresa crescia impressionantes 50% ao ano.

Flávio quase vendeu 30% da empresa para um fundo americano por 210 milhões de reais, o que ainda o manteria no controle da Wise Up.

Ele até chegou a fazer uma apresentação em inglês para os investidores do fundo.

Mas por alguns pontos, decidiu não fechar negócio.

Em 2012, Charles Wizard novamente veio com uma nova proposta, dessa vez de 990 milhões de reais à vista.

Além de um grande banco brasileiro, a Abril Educação também era sócia de Charles nessa nova proposta.

A negociação se estendeu pelo ano de 2012, e a Wise Up foi vendida em 7 de fevereiro de 2013 por 960 milhões de reais, no dia em que Flávio Augusto completava 41 anos de idade.

Em todo o processo de venda da Wise Up, ele sabia que estava diante de um novo ponto de inflexão em sua vida.

E ele ainda conseguiu continuar crescendo junto com a Wise Up para torná-la uma empresa ainda mais lucrativa, e conseguir vender não por 200 milhões de reais como na proposta inicial, mas sim por quase 5 vezes esse valor.

Timing é algo bem importante.

Se a proposta inicial tivesse sido aceita, o futuro de Flávio com certeza seria diferente.

Ele não teria comprado o Orlando City por exemplo, time de futebol dos Estados Unidos que é proprietário atualmente.

Claro que com 200 milhões de reais aos 36 anos, caso ele tivesse aceitado a proposta inicial, ele não estaria mal.

Mas ao ter continuado e feito a venda cerca de 5 anos depois, ele subiu de nível e passou a jogar outro jogo.

Para explicar outro ponto de inflexão importante na história dele, vamos voltar no tempo mais uma vez.

Em 2011, com o modelo de gestão à distância já bem consolidado na Wise Up e Flávio e sua família morando em Orlando, o cenário parecia bem propício para ele se acomodar.

A Wise Up crescia a passos largos, com sua equipe produzindo e entregando resultados excelentes, mesmo sem sua presença física.

Ele fazia reuniões por videoconferência com sua equipe, mas ele tinha mais tempo do que antes, algo que ele estava decidindo como ia preencher.

Se ele tivesse escolhido ocupar o seu tempo vago com atividades voltadas para ele mesmo, o que seria considerado natural depois de quase duas décadas de trabalho pesado, boa parte do que veio depois não teria acontecido.

Mas seu apetite sempre foi grande e ele se recusou a fazer isso.

Em vez de se acomodar, ele decidiu impactar positivamente a vida de muito mais pessoas, e foi ai que nasceu o projeto Geração de Valor.

Ele decidiu continuar a produzir e, dessa vez, com o pensamento de colaborar e ajudar jovens que estavam dando seus primeiros passos na vida.

E ele usou seu precioso tempo para trabalhar nesse projeto.

Flávio queria mostrar que existia vida além do trabalho tradicional, da CLT, sendo o empreendedorismo o centro da comunicação desse novo projeto, que Flávio conhecia bem e tinha grande sucesso prático.

Em pouco tempo, seu conteúdo já impactava milhões de pessoas, e a popularidade de Flávio Augusto explodiu.

Ele também se tornou um autor best seller com os livros Geração de Valor que lançou nos anos seguintes, e também com o livro Ponto de Inflexão.

Até mesmo seus negócios foram impactados, já que a cada novo negócio que fazia, as pessoas ficavam sabendo de sua estratégia por trás, numa espécie de reality show de empreendedorismo.

Como consequência, ele diz que, se por uma lado, perdeu alguma liberdade pelo fato de se tornar uma pessoa famosa, por outro lado diz que foi profundamente recompensado.

Espalhar sua mensagem positiva de que as pessoas podem melhorar de vida e conquistar coisas novas se tornou parte de seu propósito de vida, algo muito além de seus próprios interesses pessoais.

Na realidade, ele diz que essa é a forma que ele escolheu para curtir a vida.

Nesse ponto de inflexão na vida de Flávio Augusto, que teve início de forma despretensiosa com o Geração de Valor, ele não tinha ideia da proporção que esse projeto tomaria.

De acordo com ele mesmo:

“Tenho a consciência de que ajudei bastante, mas não posso negar: quanto mais dou, mais eu recebo.”

No ano de 2012, Flávio estava em um momento de transição na sua vida, negociando a venda da Wise Up.

Nessa época, ele morava em Orlando, e costumava acompanhar seu filho mais velho, Brenno, em torneios de futebol pela Flórida.

O futebol nos Estados Unidos era um assunto que o interessava cada vez mais, e ele via muito potencial no esporte por lá.

Numa reunião com o também brasileiro Alexandre Leitão, presidente da Octagon, uma das maiores agências de marketing esportivo, Flávio quis saber o que Alexandre achava do futebol nos Estados Unidos, e ficou feliz em saber que ele compartilhava da mesma visão sobre o assunto.

O presidente da Octagon disse:

“No dia em que o maior esporte do mundo se encontrar com o maior mercado de marketing esportivo do planeta, eu quero estar no meio disso.”

Flávio tinha particular interesse na Major League Soccer, ou MLS, uma espécie de primeira divisão do futebol nos Estados Unidos.

Na cidade de Orlando havia um pequeno clube, que atuava numa espécie de terceira divisão, e se chamava Orlando City.

Mas com o aprofundamento de suas pesquisas nesse mercado, Flávio sabia que para levar um time como esse à MLS havia um grande abismo financeiro, pois era necessário que o time tivesse um estádio moderno e também que fosse aceito pela MLS, e isso exigia um alto investimento financeiro.

Nos Estados Unidos, cada dono de clube da MLS é sócio da liga, que também é uma empresa privada.

Essa é uma grande diferença dos clubes de futebol de lá e do Brasil, em que os clubes não são empresas.

Dessa forma, não havia possibilidade dele comprar por exemplo o Flamengo, time pelo qual torcia desde pequeno.

Para colocar seu plano em prática, Flávio Augusto precisaria ser aceito pelos donos dos outros clubes que eram acionistas da MLS e ainda fazer um investimento de 200 milhões de reais, acima do que ele esperava inicialmente.

Ele viu essa situação como uma oportunidade de multiplicar seu patrimônio, além da possibilidade de empreender em outro mercado lá nos Estados Unidos.

Ele fez uma apresentação em inglês para os donos de clubes da MLS, buscando mostrar seu currículo como empreendedor e também sua capacidade financeira de levar o projeto adiante.

Duas semanas depois, recebeu a resposta: ele e o Orlando City haviam sido aceitos na MLS.

Mesmo assim, Flávio ainda não havia assinado nada, e a data de assinatura do contrato foi marcada para 30 dias depois.

Ele diz que o momento do ponto de inflexão é quase sempre cheio de dúvidas, medos e inseguranças.

Na hora da decisão mesmo, ou na hora de saltar do bungee jump, que é a analogia usada por ele, é você quem pula ou não.

E ele estava em dúvidas.

Era um negócio que não dependia apenas de seu trabalho duro.

O sucesso desse projeto também dependia do crescimento do esporte nos Estados Unidos, da audiência na TV, de patrocinadores e de outros fatores também.

Como de costume antes de decisões importantes, ele e Luciana, sua esposa, conversaram bastante e avaliaram os piores cenários que, nesse caso, seria perder os 200 milhões de reais investidos.

E ele decidiu seguir adiante.

Em dezembro de 2013 ocorreu a cerimônia de anúncio oficial, com a presença do governador da Flórida, do prefeito de Orlando e outras pessoas bem conhecidas da região.

O Orlando City, comandado por um carioca de origem humilde, da periferia do Rio de Janeiro, acabava de entrar na principal liga de futebol dos Estados Unidos.

Em pouco tempo, o timing da entrada dele nesse mercado se mostrou certeiro.

Durante a copa do mundo de 2014, disputada no Brasil, a audiência dos jogos em que os Estados Unidos participaram, ultrapassou a audiência das finais da NBA e do beisebol.

E ainda nesse ano, a MLS assinou um contrato de transmissão dos jogos que saltou de 68 milhões de dólares para cerca de 125 milhões de dólares por ano.

Outro fato marcante foi a contratação do brasileiro Kaká pelo Orlando City.

Com todos esses fatos, o futebol por lá deixou de ser uma promessa e passou a ser uma realidade, o que aumentou a oferta de investidores e patrocinadores também.

De acordo com Flávio, o Orlando City vendeu mais de 350 mil ingressos com um ano de antecipação, a um preço médio de 198 reais.

Em 2017 o clube inaugurou seu próprio estádio e, em 2018, Flávio Augusto vendeu 8,63% do clube, com uma avaliação de 500 milhões de dólares, ou 1,9 bilhão de reais na época.

Assim, o valor do clube seria 9,5 vezes o valor que ele investiu.

Nas palavras dele mesmo:

“Pode parecer uma loucura, mas quando estava prestes a entrar nesse projeto e pensava sobre seus riscos, cheguei à conclusão de que risco mesmo foram os 20 mil reais do cheque especial de que lancei mão quando abri minha primeira empresa.”

“Por outro lado, para comprar o Orlando City, apesar da grande cifra, representava apenas uma fração do que havia conquistado, e com uma visão e experiência muito maiores para avançar na execução do projeto.”

Voltando agora à Wise Up, muita gente se pergunta porque Flávio Augusto vendeu a empresa.

E para explicar esse ponto, ele mostra as 3 coisas que podem acontecer com uma empresa no longo prazo:

1 – A empresa pode quebrar.

2 – O dono da empresa pode morrer e ela ser herdada.

3 – A empresa pode ser vendida.

Para ele, criar um negócio do zero, fazê-lo crescer, gerar valor, e depois vendê-lo, antecipando mais de 10 anos de resultados para sua conta bancária parece algo óbvio.

Por isso, ele prefere a terceira opção, vender a empresa.

Outro ponto para ele é que, depois de consolidado o negócio, alguém que é muito criativo ficará entediado com a mera administração do negócio.

Pessoas assim preferem assumir novos riscos, aprender mais e construir coisas novas.

Foi com esse entendimento que ele vendeu a Wise Up em 2013.

Mas 3 meses após a venda da Wise Up, Roberto Civita, fundador e controlador do Grupo Abril, que havia participado da compra e passou a ser o novo dono da Wise Up, faleceu.

E seus filhos não quiseram dar continuidade aos negócios.

Assim, a Wise Up entrava num período de insegurança e falta de comando.

Nos anos seguintes, 2014 e 2015, o Brasil passava por um momento de grande instabilidade, tanto política como econômica e, nesse cenário, a Wise Up estava piorando cada vez mais seus resultados.

Flávio acompanhava a empresa, e estava preocupado tanto com a questão financeira dos franqueados como com a gestão da Wise Up.

Assim, quando surgiu a oportunidade, Flávio recomprou a Wise Up por 390 milhões de reais, menos da metade do preço pelo qual havia vendido.

Sua missão era de salvá-la e torná-la uma empresa lucrativa e de sucesso novamente.

Porém, em 2013, quando vendeu a empresa, 100% de suas 12 horas de trabalho eram dedicadas à Wise Up e, agora, ele também tinha o Orlando City, o meusucesso.com, tinha lançado o livro Geração de Valor e se tornado uma pessoa pública.

Em seu retorno à Wise Up, Flávio implementou uma série de medidas duras para recolocar a empresa no rumo certo, cortando despesas, demitindo pessoas, remodelando os produtos e migrando a sede para Curitiba.

Na reunião com os cerca de 450 franqueados, ele usou uma metáfora muito interessante:

“Vou explicar a vocês o que está acontecendo.

Eu estava sobrevoando esse transatlântico em meu helicóptero e vi que ele está afundando.

Quando me aproximei vi cada um de vocês e vi que vocês morreriam.

Pedi a meu piloto para se aproximar.

Algumas pessoas me viram e pediram para que eu as salvasse.

Eu joguei a escada e as pessoas queriam subir no helicóptero.

Disse para não subirem e, em vez disso, eu desci no barco que afundava.

Ao chegar lá embaixo, olhei para o meu piloto e disse para ele: Vai embora para o porto e me aguarde lá.”

“Senhores, agora eu estou dentro do transatlântico que está afundando junto com vocês.

Se vocês morrerem, eu vou morrer junto com vocês.

Porém, eu sei exatamente o que fazer para esse navio não afundar.

Eu sei exatamente o que fazer para vocês e eu não morrermos.

Nessa reunião eu vou apontar a direção e o que eu espero é que todos sigamos juntos nessa direção.”

Além da reestruturação financeira, houve também um trabalho forte na área comercial, para aumentar a quantidade de novas matrículas.

Em maio de 2017, Carlos Wizard também se juntou ao negócio.

O antigo concorrente de Flávio Augusto, que havia vendido a Wizard em 2013, comprou 35% da Wise Up por 200 milhões de reais.

Juntos, Carlos e Flávio criaram a holding Wiser Educação, com o plano de comprar várias marcas do setor.

A recompra da Wise Up foi um novo ponto de inflexão para ele que, com 46 anos, não tinha mais nada a provar.

Mas o fato é que ele conseguiu novamente, recolocando a Wise Up nos trilhos do sucesso.

Muita gente pergunta a Flávio como é ter chegado no topo.

Mas ele responde que ainda não chegou a lugar algum, e que continua indo.

Na direção de um eterno recomeço.

Nas palavras do próprio Flávio Augusto:

“Quando tudo poderia ficar mais fácil, eu vou renunciar à minha zona de conforto e vou retornar à Fase 1 de um patamar mais elevado.

Os acomodados acham isso insuportável.

Para mim, insuportável mesmo é ficar fazendo a mesma coisa por 30 anos, o que explica o fato de muitos odiarem as segundas-feiras e amarem as sextas-feiras.”

E para Flávio Augusto, o próximo ponto de inflexão ainda está em construção.

Ele diz que até 2022 vai deixar de ser empresário e, aos 50 anos de idade, não irá se aposentar.

Ele disse que pretende manter o mesmo ritmo de trabalho, mas, dessa vez, priorizando projetos sociais de grande impacto, resolvendo algum problema relevante na sociedade.

E você, deixou de lado algum ponto de inflexão por medo ou insegurança?

O que você planeja fazer nos próximos anos que te levarão a uma vida diferente?

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Um forte abraço e até o próximo vídeo.

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